passividade social

hoje quando sai de casa, meti os phones nas orelhas e liguei, no pda, o programa para ouvir radio, de manhã gosto de ouvir a Radar, boa musica e pouca conversa. normalmente meto o som de forma a não ouvir nada do que se passa à minha volta e desço a rua até Sta. Apolónia para apanhar o autocarro do banco.
Entrei e não reparei em nada de anormal, tirando uns olhares estranhos, estava tudo tranquilo. sai em frente ao edifício 5 (bar&cantina) para comprar a sandes mista e o leite com chocolate UCAL fresquinho, tirei um phone (o som soava igual) para ouvir o Sr. Luís que me olhava de uma forma estranha e fiz o meu pedido (estava a dar o Bones dos Editors) paguei, voltei a meter o phone (o som soava igual) e dirigi-me para o edifício 7, no caminho passei por dois colegas do cgmail que me acenaram com uma cara anormal, retribui o aceno e segui o meu caminho.
já no edifício 7, subi as escadas e à porta da copa passo pela Ana e o Óscar (a rir-se), dou dois beijos na Ana e um aperto de mão ao Óscar (com os phones nas orelhas) que olham para mim com um sorriso intrigante.
como não gosto de comer sozinho entrei, pousei a mala para voltar à copa na esperança de tomar o pequeno almoço na companhia daqueles dois.
quando pouso a mala e tiro os phones das orelhas reparo que tenho o pda em alta voz, mas alta voz aos gritos... lembrei-me que ontem liguei o pda em casa do Freitas para ouvir o relato do Beleneses/Bayern (em alta voz) e também para ouvir Manu Chao (em alta voz) enquanto via-mos os relâmpagos iluminar todo o Tejo da janela do sótão...

conclusão: vim o caminho todo com o pda em altos berros e de phones nos ouvidos, sim porque clicando no botão dos phones ao lado do mono o som sai pelos dois lados, tanto pela alta voz como pelos phones e, com os phones nas orelhas não se repara que a alta voz está ligada.
começo a visualizar todo o trajecto que fiz de manha e encontro a explicação para aquelas caras estranhas que me olhavam. acho incrível como ninguém me disse nada, ninguém me avisa, nem estranhos nem conhecidos, devo mesmo ter passado por louco (granda afanado) ou coitadinho (mais uns anos assim e fica surdo).